Impermanência

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O homem se admira da imensidão do Universo que observa. Fica maravilhado pelo seu tamanho e se perde na discussão se este é finito ou infinito. É infinito porque como Deuses possuímos o poder criativo e nossa consciência expande o Universo indefinidamente. Se pudesse chegar à borda do Universo, esta não existiria mais, pois já teríamos levado esta borda para além da nossa consciência.

Esta é a única coisa que nunca poderemos visualizar: a borda do Universo, porque nossa consciência estará sempre a empurrando para mais além.

Este é o nosso lado exterior, a parte de fora da nossa mente. O homem se perde admirando o exterior e esquece-se de olhar para dentro.

O lado de fora, com todas estas maravilhas é extremamente simples se comparado ao lado de dentro. A parte de fora é criada pela parte de dentro, por nossa mente. É criada por nós e é impermanente, isto é, depende do tempo e tem duração limitada.

Na realidade, apenas a nossa mente, nosso interior é infinito. Verdadeiramente infinito, infinito na sua essência. Não possui bordas porque é onipresente, está em tudo e tudo lhe pertence. E isto só é possível na ausência do tempo. Nossa mente está presente em todos os lugares e em todos os tempos, ela é absolutamente tudo que existe e tudo que poderá vir a existir.

Esta é a nossa verdadeira divindade, vive-la é enxergar com os olhos da verdade e sentir a essência efêmera dos momentos. É derrubar todos os véus e finalmente não possuir mais olhos, mas apenas a compreensão completa de tudo, onde tudo se funde nas ondas suaves do grande éter.

É difícil para vocês tridimensionais imaginar o conhecimento do mundo sem os olhos e sem as formas. Mesmo de olhos fechados vocês imaginam as formas. Um mundo sem formas, apenas com as essências é um mundo sem limites. Tudo se funde e se interpenetra causando uma profunda troca de conhecimento. Como se fossem nuvens que se misturam sem perder sua consciência individual. Muitos em um só, continuando sendo muitos e ao mesmo tempo apenas um.

Este vislumbre é apenas para que vocês considerem menos estes objetos, desejos e sensações efêmeras. Tentem vislumbrar a impermanência de tudo que vocês buscam. Vejam como tudo isto é efêmero e dêem mais importância ao que se passa em seu interior. Não no seu ego e nas suas vontades, mas no que vocês realmente sentem.

Acreditem nos sentimentos, pois eles são a sabedoria verdadeira.

Os objetos e os desejos são a fonte de todo o seu sofrimento, pelo que gostaria de ter, pelo que não tem, pelo que tem e sabe que vão perder um dia, pelos prazeres efêmeros que deixam apenas frustração por ter terminado.

Observem que o tempo é a causa de todo o seu sofrimento. Tudo termina no tempo de vocês, e termina deixando apenas o apego não realizado. Entender o tempo, a impermanência das coisas é a chave para sua ascensão às outras dimensões, para o fim da cadeia de sofrimento de vocês.

Não esperamos que vocês desapeguem de tudo instantaneamente, mas precisam diminuir o apego progressivamente, confiar no que sentem e escutar sua voz interior. E principalmente ter consciência de que tudo isto dura um tempo muito pequeno, é impermanente e sem importância. Na condição de vocês, precisam usar, mas não precisam possuir. Se acreditarem, poderão usar sempre que tiverem necessidade, sem precisar acumular previamente. Esta é a maior liberdade que podem ter nesta dimensão.

O fim do apego é a verdadeira liberdade.
A liberdade para deixar de ser o que você foi programado para ser.
A liberdade para que você possa ser quem realmente é.

através de Prama Shanti

2 comentários em “Impermanência”

  1. Prama Shanti

    A impermanência é tão grande, que só vivendo o agora, neste momento, agorinha mesmo, para termos a liberdadetão sonhada.
    O agora não mais presente(hoje), mas um tempo sem tempo de “já”!
    É especial, porque a impermanência viaja mais veloz que o vento e carrega para um futuro as consequências. Viver cada impermanência parece ser incrível… é fantástico, viver já!
    Gratidão!

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